A Informática Educativa no Brasil: Breve histórico

 

As primeiras iniciativas no campo da Informática Educativa no Brasil datam da década de 70, do século XX e como exemplo podemos citar a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

Já em 1973, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional (NUTES/CLATES) introduziram a utilização de software de simulação no ensino de Química.

No final da década de 70, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), liderados pela professora Léa Fagundes, começaram a utilizar a linguagem LOGO com o intuito de verificar as dificuldades de aprendizagem de Matemática apresentadas por adolescentes e crianças das escolas públicas.

A linguagem LOGO foi elaborada por Papert e seu uso passou a ser disseminado após sua visita ao Brasil em 1975.

Passando para a década de 80, bem no seu início, a UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) incorporou junto aos seus programas de pesquisa e pós-graduação várias propostas e recursos produzidos pelo grupo de Papert, resultando, nos anos seguintes, no surgimento de métodos, técnicas e software educacionais voltados à realidade nacional que utilizavam tais contribuições.

 Nas décadas de 80 e 90, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) começa também a se preocupar com o uso de programas que associassem educação e informática.

Nesse contexto, cita-se um evento importante que foi realizado em 1987 na Universidade de Brasília (I Seminário Nacional de Informática na Educação), que contou com a participação de especialistas nacionais e internacionais, constituindo-se no primeiro fórum a pesquisar o uso do computador como ferramenta auxiliar do processo de ensino-aprendizagem.

Outros programas de governo surgem para estabelecer relação entre a educação e a informática, como: Programa Nacional de Informática na Educação (PRONINFE-1990), Programa de Informática na Educação (ProInfo-1997) e o e-Proinfo (1997).

Ainda nos anos 80, desenvolve-se a Internet e a World Wide Web, fato marcante na aplicação de meios telemáticos à educação em virtude da facilidade de acesso a informação, o que não significa necessariamente acesso ao conhecimento e à aprendizagem.

Atualmente, as tecnologias digitais continuam se propagando nas escolas públicas e em termos de políticas públicas existe a preocupação com a inclusão digital das classes menos favorecidas. O governo tem implantado, nas escolas públicas,  Núcleos de Tecnologia Educativa  (NTE) viabilizados pelo ProInfo (1997) e/ou Laboratórios de Informática Educativa (LIE).

Associada a implantação desses laboratórios, tem sido oferecido aos professores da rede pública programas de formação para o uso das tecnologias digitas, como o ProInfo (1997), já comentado anteriormente, embora essa formação precisa ser contínua e ampliada.

Embora a preocupação com a implantação e estruturação da informática nas escolas continua tendo a atenção do MEC como uma forma de fazer a inclusão digital dos cidadãos na sociedade contemporânea, cabe aqui fazer alguns questionamentos:

- Os computadores têm sido usados no sentido de impulsionar uma mudança de paradigma educacional ou permanecem sendo utilizados na perspectiva instrucionista?

- Os professores estão sendo preparados adequadamente para utilizá-los na sala de aula?

 

O Brasil durante esses anos apresenta diversos programas para o uso das tecnologias digitais na sala de aula, entretanto mais ações precisam ser feitas, pois na concepção de Moran (2006, p.57), “hoje temos um número significativo de professores desenvolvendo projetos e atividades mediados por tecnologias. Mas a maioria das escolas e professores ainda estão tateando como utilizá-las adequadamente”.